Acredito que fui um dos líderes
da banda. Um comportamento de coletividade ajuda muito na hora de compor. Às
vezes queremos compor sozinhos e “impor” a ideia. Vejo que o material fica
muito a cara do músico, um só rosto. Na verdade quanto mais interferência coletiva
melhor o resultado final, pois muitas ideias surgem da pratica e nesse caso
cumpria meu papel adequadamente, compondo arranjos, escrevendo letras,
arranjando bateria, teclado e as ideias experimentais como flauta, flauta pan,
tambores e percussões. Não sentia a presença dos outros músicos, não do fato do
Rafinha deixar claro que não participaria e só tocaria o que pedirmos.
Foi então que me vi a frente do projeto. Da mesma forma sentia o Luis, que também
tinha, e tem, interesse de trabalhar em projetos e tomou a frente pra
contribuir. De fato nossa parceria pariu três musicas e podia dizer: - Nossa, nós compomos e sou pego pela música. Nunca havia tido uma sensação de utilidade
pra esse planeta. Porque se você não percebe a música que te abraça como se
sentirá diante da vida, que não é infinita?
Mas o objetivo não fora alcançado
devido ao pouco tempo e maturidade. Tentamos fazer com que se desenvolvessem
mais rápido orientando o caminho a se tomar. Difícil quando você se acha
preparado para seguir sozinho e não consegue dar passos.
Pensando nisso e no fato de não
ter mais um problema pra administrar, conseguimos gravar nossas autorais. Até questão
pra registro, coisa que aprendi a tratar, o beneficio da autoria pertence a
quem criou a composição desconsiderando arranjos de terceiros. Luis começou sagrada
terra e minha parte foi os riffs antes do solo. Comecei sansara e o Luis compôs
a base do solo, que teve uma pequena alteração. As composições devem ser
misturadas de acordo com a ideia do grupo. Todos contribuem e decidem para o
bem da música, da nossa musica. Daí concordamos em rachar a música. E assim as
3 musicas são de autoria de Luis e Carlos mas como estávamos no meio de amigos
e, mesmo sabendo da frase: amigos amigos, negócios a parte, acreditava
que daria certo e deu, depois não deu mais.
Surgia no ar aquela mutreta.
Aquela duvida: - algo está acontecendo!
Impossível alguém que só deu um
pio querer levar todo o credito. Até porque éramos compositores ativos, ou
seja, compunha outros instrumentos. Hora um arranjo de teclado aqui, um
andamento de bateria ali, um solo ali etc... acabaríamos compondo sozinhos.
Minha impressão era de que só me entendia com o Luis porque conhecia a
linguagem e outros instrumentos e também tocava e o contrario era com os
rapazes. Parece que alguém não entendeu a matéria, mas quer fazer a prova de
qualquer jeito.
Mas nem tudo acaba em merda.
Depois que sai da banda fui fazer um outro trabalho que me ajudou muito e que
aprendi muito também. Tentei manter o trabalho, mas infelizmente a outra parte
não quis. Ou não entendeu e por isso não quis.
Enfim, por aqui acaba. No próximo
post contarei a minha versão das dificuldades no caminho e que será o nome do
tema. Dificuldade no caminho.
Até lá, quem quer que esteja
lendo. Abraços.
Rafinha= Primeiro
baixista da banda.