quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Dilma e o aborto. Estado de Sâo Paulo. 18/10/2010

Autor: Franco, Carlos Alberto Di

Fonte: O Estado de São Paulo, 18/10/2010, Espaço aberto, p. A2


Setembro, reta final das eleições. A ameaça de segundo turno fez a campanha da candidata oficial reforçar a mobilização nos Estados e acionar o presidente Lula como vacina "contra uma onda de boatos que circulou entre católicos e evangélicos". Os supostos "boatos", que fizeram Lula gravar uma inserção de emergência em defesa de sua candidata, não eram boatos. Eram fatos evidentes: a postura pró-aborto de Dilma Rousseff. Mas nós, jornalistas, num primeiro momento, ficamos reféns do jornalismo declaratório e reproduzimos, acriticamente, o que interessava ao marketing da campanha de Dilma.


Mas vamos aos fatos. Dilma, em sabatina no jornal Folha de S.Paulo e em entrevista à revista Marie Claire em 2007, defendeu a legalização do aborto. Reproduzo suas palavras: "Acho que tem de haver descriminalização do aborto. No Brasil é um absurdo que não haja." Logo, não se trata de boato, invenção ou terrorismo fundamentalista. Dilma mudou seu discurso quando passou a vislumbrar os riscos eleitorais de sua opção. Ela deixou de falar da legalização e, ambiguamente, diz que se trata de problema de "saúde pública". Esconde sua verdadeira posição e não diz uma única palavra sobre a principal vítima do aborto: a criança morta no ventre materno. O PT, após o recado das urnas e num exercício incrível de hipocrisia, estuda tirar o aborto de seu programa. O eleitor não é tonto.


O jornalismo de qualidade não se pode restringir às declarações dos políticos, mas à verdade dos fatos. O que interessa não é o que a Dilma diz, mas o que ela fez e, presumivelmente, fará como presidente da República. Vamos ver o que o atual governo, seu partido e sua candidata têm feito em matéria de aborto.


Em abril de 2005, no 2.º Relatório do Brasil sobre o Tratado de Direitos Civis e Políticos, apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, o atual governo comprometeu-se a legalizar o aborto.


Em agosto de 2005, o atual governo entregou ao Comitê da ONU para a Eliminação de Todas as Formas de Descriminalização contra a Mulher (Cedaw) documento no qual reconhece o aborto como Direito Humano da Mulher.


Em setembro de 2005, por intermédio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o atual governo apresentou ao Congresso um substitutivo do PL 1.135/91, como resultado do trabalho da Comissão Tripartite, no qual é proposta a descriminalização do aborto até o nono mês de gravidez e por qualquer motivo, pois, com a eliminação de todos os artigos do Código Penal que o criminalizam, o aborto, em todos os casos, deixaria de ser crime.


Em setembro de 2006, no plano de governo do segundo mandato do atual presidente, ele reafirma, embora com linguagem velada, o compromisso de legalizar o aborto.


Em setembro de 2007, no seu 3.º congresso, o PT assumiu a descriminalização do aborto e o atendimento de todos os casos no serviço público como programa partidário, sendo o primeiro partido no Brasil a assumir esse programa.


Em setembro de 2009, o PT puniu os deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso por serem contrários à legalização do aborto. Foram expulsos do partido.


Em fevereiro de 2010, o 4.º Congresso Nacional do PT manifestou apoio incondicional ao 3.º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), Decreto n.º 7.037, de 21/12/2009, assinado pelo atual presidente e pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, no qual se reafirmou a descriminalização do aborto, além de atacar a liberdade de imprensa. Esse mesmo congresso aclamou a ministra da Casa Civil como candidata oficial do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República.


Em junho de 2010, para impedir a investigação das origens do financiamento por organizações internacionais para a legalização e a promoção do aborto no Brasil, o PT e as lideranças partidárias da base aliada boicotaram a criação da CPI do Aborto, que investigaria o assunto.


São fatos comprováveis. Somente fatos. Você, amigo leitor, ainda acha que estamos diante de boatos?


A legalização do aborto, independentemente da dissimulação de Dilma Rousseff, é prioridade do PT. Os eleitores, no primeiro turno, disseram não à tentativa de camuflar a opção abortista do PT. O brasileiro está cansado de falsidade e jogo duplo. A opinião pública reagiu aos que pretendem impor, contra a vontade expressa da sociedade e em nome da "democracia", a eliminação do primeiro direito humano fundamental: o direito à vida.


A legalização do aborto, estou certo, é o primeiro elo da imensa cadeia da cultura da morte. Após a implantação do aborto descendente (a eliminação do feto), virão inúmeras manifestações do aborto ascendente (supressão da vida do doente) - a eutanásia já está sendo incorporada ao sistema legal de alguns países -, do idoso e, quem sabe, de todos os que constituem as classes passivas e indesejadas da sociedade. Acrescentem-se ao drama do aborto, claro e indiscutível, os imensos danos psicológicos e afetivos que provoca nas mulheres.


Surpreendeu-me, numa viagem à Europa, constatar que algumas vozes em defesa da vida nascem nos redutos feministas. O rasgão afetivo apresenta uma pesada fatura e muita gente começa a questionar seus próprios caminhos.


Não obstante a força do mar-keting emocional que apoia as campanhas pró-aborto, é preocupante o veneno antidemocrático que está no fundo dos slogans abortistas. Não se compreende de que modo obteremos uma sociedade mais justa e digna para seres humanos (os adultos) com a morte de outros (as crianças não nascidas).


O brasileiro é contra o aborto. Não se trata apenas de uma opinião, mas de um fato medido em inúmeras pesquisa de opinião. Por isso Dilma foi para o segundo turno. A legalização do aborto seria, hoje e agora, uma ação nitidamente antidemocrática. E isso, queiram ou não os petistas, está na agenda da próxima eleição.


DOUTOR EM COMUNICAÇÃO, É PROFESSOR DE ÉTICA E DIRETOR DO MASTER EM JORNALISMO

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Estados, universidades limitam o uso do TikTok por funcionários do governo.


Muitos Estados proibiram o uso do TikTok em dispositivos emitidos pelo governo. The New York Times. Os governos do Alabama, Geórgia, Idaho, Iowa, Maryland, Montana, New Hampshire, Dakota do Norte, Oklahoma, Carolina do Sul, Dakota do Sul, Texas, Utah e Virgínia anunciaram proibições nas últimas três semanas. O Nebraska proibiu o TikTok de dispositivos emitidos pelo Estado em 2020. Governadores e outros funcionários do Estado estão preocupados que a empresa-mãe do TikTok, ByteDance, esteja compartilhando informações de usuários do TikTok com funcionários do governo chinês.

Especulações sobre o envolvimento do governo chinês com o TikTok surgiram pela primeira vez durante o governo Trump. De acordo com o Times, “Em 2020, o presidente Donald J. Trump tentou proibir o serviço nas lojas de aplicativos da Apple e do Google, a menos que o negócio fosse vendido para uma empresa americana. Mas os tribunais federais derrubaram a proibição, e o Sr. Trump deixou o cargo sem resolver o problema. Preocupações sobre o TikTok agora são expressas por membros de ambos os partidos, com autoridades democratas e republicanas trabalhando juntas para enfrentar a potencial ameaça à segurança.

Na esteira dos governos estaduais que reprimem o TikTok, algumas universidades, incluindo a Universidade de Oklahoma e a Universidade de Auburn, seguiram o exemplo. Os alunos destes Universidades de Lisboa Eles estão descobrindo que não podem acessar o TikTok em suas redes Wi-Fi do campus, o que significa que eles devem usar seus dados de celular se desejarem acessar o aplicativo enquanto estiverem no campus. Como os alunos compõem uma grande porcentagem dos usuários do TikTok, a notícia de que as universidades estão limitando o acesso dos alunos ao aplicativo não foi bem recebida.


Tik Tok | Tag para imprimir, Imagem para celular, Molduras para ...Agora que os membros de ambos os partidos apoiam limitar o acesso ao TikTok, deixe-nos saber o que você acha: O uso do TikTok deve ser restrito? Se sim, como e como devem ser aplicados os limites?